O que andei fazendo ou lendo em 2021

Não fiz muita coisa, não por causa da pandemia, mas mais por causa da minha natureza, de andar lento e introspectivo, ruminando calmamente como um boi. Escrevo este post – último do ano –  apenas para marcar o fim de um grande ciclo, após longos seis ciclos de 12 anos que passou como se fosse um instante ( あっという間に) como dizia a minha mãe quando tinha a minha idade.

Continuo tendo vida simples como no ano passado, mas agora muito mais, curtindo fazer pequenas coisas da vida como lavar roupas, lavar pratos e passar ferro nas roupas lavadas (tirando direto do varal), preparando comidas simples mas frescas, bebendo água 100% Energia Vital, preparando orgonites utilitários, e presenteando alguns deles para conhecidos ao longo do ano. Ah, sobretudo presenteando 2 gatos (Bruce e Ginger) e 8 cães (Bob1, Bob2, Dart Vader, Fred, Manju, Mel, Peter, Valentina), com alguns desses exemplares de diferentes formatos, sobretudo, os feitos com garrafas usadas de Champagne embutindo orgonite no fundo para turbinar a água contida.

Observei o mundo e a sociedade a partir desta “caverna de Jabaquara”, como costumo dizer, conectando-me com aulas online usando Google Meet, e hoje, pela primeira vez entrarei no tal do Zoom às 14:00 horas como parte dos preparativos para esta década que mal começou.

Me esforço para mergulhar (ou melhor, chafurdar) cada vez menos neste oceano de bilhões de informações, opiniões e ruídos a fim de viver apenas o presente momento com sanidade, procuro pensar e analisar desvinculando o alvo das ideologias e dogmas, quando isto é possível (se até Buda, há 2.500 anos disse para não acreditar cegamente mesmo nas palavras e ensinamentos dele…).

Se a simplicidade é o último grau de sofisticação como disse Leonardo da Vinci, hoje, a palavra-chave que adotei é a simplicidade quintessencial. Aparei em mim todos os espinhos e arestas que é possível, humanamente falando. Aliás na última ida à minha médica, ela disse, apontando-me o seu aurímetro: “Magoa Zero!” com olhar de surpresa e admiração. Entre os pacientes dela, tenho o órgão timo mais perfeito, sem nenhum problema, e agora este feito raríssimo, muita gratidão!

No dia a dia, enquanto passo o ferro na bancada da cozinha (pois nunca gostei de tábua de passar ferro, um trombone, mesmo no tempo que tinha passadeira) ouço vários podcasts, sobretudo os longos, mas um que me tornei  assídua é de um canal chamado Corvo Seco onde há coletânea de textos bem curtos de pensadores da humanidade de diferentes milênios e geografias: puras palavras destiladas no alambique da sabedoria como bálsamo ou elixir.

Dentre os ensinamentos que ouvi, como se fossem doce canção para os ouvidos cansados foram dois que destaco: um sobre Wu Wei (無為) interpretado por Alan Watts e outro sobre o Bem e o Mal de Khalil Gibran declamado pela professora Fernanda Laus da Nova Acrópole Brasil. Ambos me tocaram profundamente, o primeiro pela profundidade da interpretação, e o segundo pelos 4 minutos de beleza profunda, tão rara nestes tempos.

Assim encerro o ano de 2021, precocemente e abruptamente, desejando Feliz 2022 aos leitores. Não sei quando vou retornar a este blog, talvez nunca, pois estou me preparando não para 2022, mas para esta década, última ou penúltima da minha vida, ou talvez antepenúltima.  Pretendo retornar renovada, sine die, após aplicar toda a expertise que adquiri até agora, na vida e no vinho, a partir desta “caverna de Jabaquara”.

Gratidão a todos!

Foto e Texto: Ikuyo Kiyuna